EDWARD CHILUFYA

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2021 voltou a ser uma temporada espetacular para o futebol sueco. Tal como em 2019, a luta pelo título foi até à última, com o Malmö FF a sagrar-se campeão no photo-finish batendo o AIK, apenas, na diferença de golos. A diferença, para 2019, foi o desfecho final. Apesar de ter estado na luta até bem perto do final, o Djurgårdens IF acabou por claudicar, mas se houve razão, além de Magnus Eriksson, para a luta até final do conjunto de Estocolmo, essa, foi Edward Chilufya.

 
Em 2019, Chily já ia tendo o seu espaço na primeira equipa do Djurgården tendo chegado ao clube um ano antes. Porém, foi já em 2020 quando começou realmente a ser uma opção de relevo para a dupla Kim Bergstrand/Thomas Largerlöf, mas nunca com o impacto conseguido em 2021. Chilufya tinha prometido uma temporada como esta e não dececionou. Depois de dois golos e três assistências em 2020, o extremo zambiano foi uma das figuras da temporada sueca terminando-a com uns impressionantes catorze golos e quatro assistências em trinta e quatro encontros repartidos entre liga e taça.
 
Com oito golo e duas assistências somente na liga sueca, Edward Chilufya estabeleceu-se como um dos grandes desequilibradores da competição e não fosse o isolamento que o zambiano sentiu na frente de ataque da equipa da capital sueca e o desfecho da Allsvenskan podia ter sido bem diferente. Chilufya remou contra a maré, foi o farol ofensivo do Djurgården, mas acabou por ser curto para levar o clube ao título repetindo o feito de 2019. Ainda assim, com participação direta em dez golos da sua equipa, Chilufya foi um dos jogadores mais determinantes da competição e entre os U23 da mesma, apenas Amoo e Walemark estiveram envolvidos em mais golos e assistências.
 

 

VELOZ E EXPLOSIVO, IMBATÍVEL NO UM PARA UM E UMA AMEAÇA CONSTANTE À BALIZA ADVERSÁRIA, EDWARD CHILUFYA FOI UM DOS MAIORES DESEQUILIBRADORES DA LIGA SUECA EM 2021, COM UMA CAPACIDADE PARA IMPACTAR NO ÚLTIMO TERÇO AO ALCANCE DE POUCOS

 

 
Mais do que um extremo, Edward Chilufya é um avançado interior, segundo avançado, que apesar de descair para o corredor direito tem uma forte influência em zonas mais centrais e em situações de finalização. Chilufya é homem de finalização e de último terço e por isso não surpreende que tenha terminado a temporada entre os jogadores com mais toques na bola dados dentro da área adversária, e com mais ações concretizadas no último terço, apesar de, em teoria, ser o extremo direito do ataque do Djurgården.
 
Absolutamente letal em campo aberto e com espaço para explorar, Chilufya ficou até a dever a si mesmo um melhor registo em matéria de golos marcados. Apesar dos oito tentos conseguidos na Allsvenskan em 2021, o registo expetável de 8.91 com que terminou a época são elucidativos da capacidade do zambiano surgir em posições de finalização acabando por nem sempre aproveitar esse bom posicionamento para faturar. Veloz e explosivo, Chilufya é praticamente imbatível quando parte para cima do defensor adversário muito por culpa da capacidade que tem para piques repentinos e mudanças extremas de velocidade tendo terminado a época como o rei do drible na Allsvenskan, e por larga margem.
 
 
 
Ao quarto ano na Suécia, Edward Chilufya teve finalmente a sua temporada de explosão. Formado na Mpande Academy, o “Tigre” leva já quatro internacionalizações pelo seu país tendo sido um dos responsáveis pela conquista da Taça das Nações Africanas Sub-20 conseguida pela Zâmbia em 2017 ao lado de nomes como Fashion Sakala, Enock Mwepu, Patson Daka ou o companheiro de equipa Emmanuel Banda. O jovem extremo já tinha deixado boas indicações em 2020, mas foi em 2021 que se assumiu como uma das figuras da sua equipa e de toda a competição.
 
Chilufya já tinha sido um dos jogadores da liga sueca com melhor média de dribles, ações no último terço e passes para finalização por 90 minutos em 2020, e em 2021 esteve mesmo no topo da competição em todos estes registos. Além dos golos e assistências conseguidas esta temporada, Chily foi batido por poucos no que a passes para finalização registados diz respeito e, desses, apenas dois, eram tão (ou mais) novos do que o zambiano. Foi, porém, ao nível da decisão que se notou uma evolução notável de uma temporada para outra e que deixa água na boca face ao potencial e evolução futura do potente atacante zambiano.
 
O extremo de 21 anos do Djurgården tem uma capacidade de impactar no último terço como poucos, principalmente agora que define bem melhor o tempo de soltar a bola e o espaço a atacar. O seu atleticismo permite-lhe criar vantagens sobre o adversário e ser um elemento desequilibrador que aproveita para ser uma máquina de criação de oportunidades de golo, seja para proveito próprio, seja para proveito coletivo. É que se os registos goleadores face ao esperado dependem somente de si e não foram melhores devido a uma técnica de finalização que precisa de afinação, já os registos esperados de assistências mostram um potencial por explorar: Chilufya assistiu menos do que seria de esperar e, isso, já não é culpa sua. O zambiano criou oportunidades, mas nem sempre foi correspondido com finalizações certeiras por parte dos companheiros.
 
Ao longo dos últimos anos a Escandinávia tem sido uma porta de entrada fundamental para os jovens talentos africanos e Edward Chilufya é mais um deles. O jovem extremo zambiano demorou o seu tempo a ambientar-se à nova realidade, mas a sua temporada de explosão acabou por chegar. Em 2021, o Tigre foi uma das figuras maiores da Allsvenskan e um dos seus maiores desequilibradores e criadores de oportunidades de golo. Veloz e explosivo, imbatível no um para um e uma ameaça constante à baliza adversária, Edward Chilufya tem o skillset perfeito para triunfar numa das grandes ligas, principalmente, numa equipa que procure atacar em transições rápidas e cujo ataque dependa particularmente da explosividade dos seus avançados. Nisso, Chilufya é incomparável.
 

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